Chá de catuaba: benefícios, preparo e cuidados

O chá de catuaba é uma infusão aromática feita com a casca de árvores nativas do Brasil. Dependendo da região e do fornecedor, o nome “catuaba” costuma se referir principalmente à Trichilia catigua (família Meliaceae) e/ou à Erythroxylum vacciniifolium (família Erythroxylaceae). Em estudos pré-clínicos, extratos de T. catigua têm sido avaliados por ações no sistema nervoso central e em modelos de fadiga — sempre com a ressalva de que a evidência em humanos é limitada e não autoriza promessas clínicas. PubMed+1

Há ainda um ponto importante de identidade botânica: análises de mercado mostram adulterações e misturas sob o rótulo “catuaba”, com amostras contendo cascas de diferentes espécies. Por isso, ao comprar, prefira matéria-prima rotulada com nome científico e origem clara. Universität Wien

Na xícara, o chá de catuaba tem cor dourada a âmbar, amargor elegante e perfumações amadeiradas/herbais, funcionando como uma bebida sem cafeína que pode auxiliar na criação de rituais de pausa. Nosso foco aqui é culinário e informativo, sem extrapolar para indicações médicas.

⚠️ Aviso: Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui orientação médica ou nutricional profissional.


O que é a catuaba (e por que o nome confunde)

  • Principais “catuabas” no comércio:
    • Trichilia catigua — alvo de diversos estudos experimentais (antifadiga, modulação dopaminérgica). PubMed+1
    • Erythroxylum vacciniifolium — citada por conter alcaloides tropânicos conhecidos como catuabinas. Wikipedia
  • Adulteração e mistura de espécies: levantamento de amostras comerciais identificou que muitas não correspondiam ao que o rótulo dizia, com prevalência de T. catigua em vários lotes — reforçando a importância da procedência. Universität Wien

Benefícios e curiosidades culinárias

  • Ritual sem cafeína: a caneca morna pode auxiliar a criar pausas ao longo do dia, com um amargor tônico que lembra outros chás de casca.
  • Perfil sensorial versátil: combina com casca de laranja/limão, gengibre e canela, seja quente, seja gelado.
  • Interesse acadêmico: estudos com T. catigua relatam efeitos antidepressivos-like mediados por vias dopaminérgicas em modelos animais, além de atividade antifadiga e outras frentes laboratoriais; são dados exploratórios, úteis para explicar a fama cultural, não para promessas clínicas. PubMed+1

Usos tradicionais e populares

No Brasil, a infusão da casca aparece como tônico amargo-aromático em rodas de chá e em receitas regionais (inclusive syrups para bebidas artesanais). Já em fitoterapia popular, a catuaba é tradicionalmente citada por efeitos estimulantes e no imaginário afrodisíaco; a ciência, porém, ainda é incipiente em humanos e reforça a moderação no uso doméstico. Verywell Health


Tabela nutricional — infusão de ervas preparada (100 g)

Chás de ervas sem açúcar são, em regra, quase toda água. Para dimensionar a ordem de grandeza da xícara de chá de catuaba, usamos como referência a entrada “herbal tea, brewed (camomile)” na base USDA/MyFoodData — parâmetro comumente usado para infusões aquosas.

Componente (100 g – infusão pronta)Quantidade% VD*
Energia≈0,3–1 kcal0%
Carboidratos≈0,1–0,2 g0%
Proteínas0 g0%
Gorduras totais0 g0%
Sódio~1 mg0%
Potássiotraços0%

* %VD para adultos (2.000 kcal/dia). Observação: a casca é usada em pequena quantidade por xícara; a extração aquosa traz calorias e macros mínimos, com protagonismo de aromas e amargor tônico.


Como preparar chá de catuaba (receita prática)

Rende: 2 xícaras • Tempo total: 10–15 min

Ingredientes

  • 2 a 3 colheres de chá rasas de casca seca (≈ 2–3 g no total), com nome científico no rótulo
  • 500 ml de água
  • Opcional: tiras de casca de laranja (sem a parte branca), fatia fina de gengibre ou pau de canela

Passo a passo (infusão/decoção leve)

  1. Aqueça a água até início de fervura.
  2. Adicione a casca e mantenha fervura suave por 5–8 minutos (decoção leve).
  3. Desligue, tampe por 2–3 minutos, coe e sirva.
  4. Para versão gelada, resfrie, adoce a gosto (opcional) e finalize com gelo.

Para revisar proporções, diferenças entre infusão × decocção e dicas de preparo, consulte: Como preparar chás naturais.

Variações saborosas

  • Cítrico-amargo: catuaba + casca de laranja (breve) + gelo.
  • Especiado-conforto: catuaba + gengibre + canela.
  • Syrup tônico: reduza 1 parte de chá + 1 parte de açúcar até xarope leve; use em sodas e mocktails.

Uso alimentar e cosmético (com cautela)

  • Na cozinha: o amargor equilibra doces e caldas para frutas assadas e pode perfumar cereais (substituindo parte da água).
  • Tópico/cosmético: não há tradição sólida com a casca de catuaba; evite experimentos concentrados na pele. O interesse maior é culinário (bebida) e pesquisa.

Conservação, qualidade e cultivo

  • Armazenamento da casca: pote hermético, longe de luz/umidade/calor; descarte se houver mofo ou odor atípico.
  • Procedência importa: pela variação de espécies e adulterações relatadas, escolha fornecedores que informem nome científico, lote e origem. Universität Wien
  • Cultivo (visão geral): Trichilia catigua é árvore brasileira; Erythroxylum vacciniifolium também é nativa. A colheita da casca deve seguir práticas sustentáveis (evitar danos permanentes à árvore).

Cuidados, contraindicações e segurança

  • Evidência humana limitada: grande parte dos dados é pré-clínica (animais/in vitro). Evite extrapolar resultados experimentais para usos medicinais caseiros. PubMed+1
  • Gestação e lactação: evitar por falta de dados robustos; fontes de segurança sugerem abstenção nessas fases. RxList
  • Interações e sensibilidade individual: por relatos de modulação dopaminérgica e efeitos no SNC em modelos animais, quem usa psicotrópicos, tem condições neurológicas ou hipersensibilidade a amargos deve manter moderação e buscar orientação individual. PubMed
  • Alcaloides (no caso de E. vacciniifolium): presença de catuabinas (tropânicos) é descrita; sensíveis a alcaloides devem ter cautela, e a procedência torna-se ainda mais relevante. WikipediaScienceDirect
  • Produto não é “vinho de catuaba”: bebidas alcoólicas à base de catuaba existem; não são o mesmo que o chá (e não são indicadas para menores/gestantes).
  • Sinais de alerta: interrompa se houver palpitações, insônia, desconforto gástrico ou reações alérgicas.

Reforço: Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui orientação médica ou nutricional profissional.


Perguntas frequentes (FAQ)

1) “Catuaba” é uma planta só?
Não. No comércio, “catuaba” costuma englobar T. catigua e/ou E. vacciniifolium, e há relatos de misturas. Procure nome científico no rótulo. Universität Wien

2) O chá de catuaba tem cafeína?
Não. É infusão de casca, naturalmente sem cafeína.

3) Posso tomar todos os dias?
Prefira moderação e varie as ervas. Se você usa medicamentos ou está grávida/amamentando, evite e/ou busque orientação. RxList

4) A catuaba “funciona” para energia/ânimo?
estudos experimentais com T. catigua (modelos de fadiga/ação dopaminérgica), mas faltam ensaios clínicos robustos; trate o chá como bebida aromática, não como tratamento. PubMed+1

5) Qual a diferença para “cáscara de café”?
Nenhuma relação: “cáscara de café” é a casca do fruto do cafeeiro; catuaba é casca de árvore nativa brasileira.

6) Dá para usar em receitas?
Sim: o amargor tônico equilibra syrups e caldas; use pequenas quantidades e coe bem.


Leia mais em

  • PubMed – Antidepressant-like effects of Trichilia catigua (Catuaba): estudo pré-clínico que descreve modulação dopaminérgica em modelos animais; ilustra o interesse acadêmico (sem extrapolar para humanos). PubMed

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Conclusão

O chá de catuaba reúne amargor elegante, aroma amadeirado e uma história rica na cultura alimentar brasileira. Usado com moderação, como bebida sensorial sem cafeína, ele pode auxiliar a diversificar sua rotina de chás. Priorize matéria-prima rotulada (com nome científico), fique atento às cautelas e, se a ideia é buscar resultados de saúde, procure orientação profissional. Quer explorar mais sabores? Continue pelos guias do Blog Nutritivo!

⚠️ Lembrete final: Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui orientação médica ou nutricional profissional.


Box do autor

Artigo escrito por Alexandre Zorek, formado em Administração e com pós-graduação em Botânica. Apaixonado por orquídeas, fotografia e alimentação natural, pai da Bianca e da Beatriz, compartilha conhecimento confiável sobre plantas, frutas, chás e verduras de forma prática e acessível.

Alexandre Zorek, formado em Administração e com pós-graduação em Botânica. Apaixonado por orquídeas, fotografia e alimentação natural, pai da Bianca e da Beatriz, compartilha conhecimento confiável sobre plantas, frutas, chás e verduras de forma prática e acessível.